O que há em mim hoje
é a solidão existencial
que me deixa à deriva.
Procuro-me no vazio
e encontro o nada.
Há momentos na vida
em que somos soldados da paz,
espalhamos amor,
vivemos amizades,
partilhamos respeito,
proclamamos fé,
seguros de nós,
autoconfiantes.
As dúvidas derrubam-nos
as certezas que se tornam questionáveis.
Demoramos anos a acreditar
em coisas que, num minuto,
perdem a credibilidade.
Vem a ansiedade
semear na alma o desespero.
Vem a angústia
questionar a fé
e pô-la à prova.
Vem a desilusão,
qual vendaval,
levar o amor
soprando-o até ao abandono.
Vem a falsidade
qual sismo
abrir fundas fendas
no sentido
da própria vida.
Vem a insegurança
roubar a autoconfiança,
deixar o ser na solidão.
O ser antes confiante
é hoje alguém que jaz,
só, triste e errante.
E o soldado da paz
deposita as armas no chão,
cansado de lutar sozinho
por uma causa que cria nobre,
mas que não passa de causa vã.
deposita as armas no chão,
cansado de lutar sozinho
por uma causa que cria nobre,
mas que não passa de causa vã.
D.R
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